Apoiante do PR guineense exorta Simões Pereira a entender-se com Embaló
- 27/10/2025
Botche Candé é coordenador da Plataforma Republicana, espaço que congrega vários partidos guineenses que apoiam a reeleição de Sissoco Embaló, e é ministro do Interior do Governo de iniciativa presidencial, nomeado depois da dissolução, em 2023, do parlamento da maioria liderada por Simões Pereira.
Em declarações citadas pela imprensa guineense, Botche Candé, que falava domingo numa localidade do interior da Guiné-Bissau, observou que Simões Pereira "devia procurar Umaro Sissoco Embaló e este procurar Simões Pereira para conversarem".
"Domingos Simões Pereira, em pessoa, devia procurar Umaro Sissoco Embaló e este também deveria procurar o Domingos para conversarem, para andarem juntos, para que o PAIGC não morra", afirmou Botche Candé.
O responsável, um dos principais apoiantes da reeleição de Sissoco Embaló para um segundo mandato de cinco anos, comentava a exclusão decretada pelo Supremo Tribunal de Justiça à Plataforma Aliança Inclusiva (PAI -- Terra Ranka) de participar nas próximas eleições legislativas, marcadas para 23 de novembro, juntamente com as presidenciais.
A plataforma, afastada do poder com a dissolução do parlamento, é liderada pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que apoiava a candidatura de Simões Pereira às eleições presidenciais, cuja inscrição foi rejeitada pelo STJ, alegando impossibilidade de a mesma ser analisada dentro dos prazos legais.
A Guiné-Bissau realiza eleições legislativas e presidenciais no dia 23 de novembro e, para o coordenador da Plataforma Republicana, o PAIGC "devia seguir o exemplo do Senegal", que passaria pela escolha de uma outra figura para as eleições presidenciais no lugar de Domingos Simões Pereira.
"O PAIGC devia seguir o exemplo do Senegal, onde Ousmane Sonko [então opositor] foi impedido de se candidatar, por força da lei, e indicou alguém do seu partido, neste caso Diomaye Faye, e este foi eleito Presidente, poucos dias depois de sair da prisão", defendeu.
Botche Candé considerou que o PAIGC "poderá morrer" se o atual líder "persistir com a ideia de ser o único candidato" à presidência da República em nome daquele partido.
O político disse ainda que nunca irá "insultar" Domingos Simões Pereira, que considera um irmão por tudo o que já passaram na política guineense, deixando, contudo, o apelo de entendimento da classe política sob a liderança de Umaro Sissoco Embaló.
"Faço apelo à unidade de todos os políticos guineenses, sob a liderança de Umaro Sissoco Embaló, para fazermos história na Guiné-Bissau", declarou Botche Candé.
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