Hamas anuncia mortes de antigos líder Mohammed Sinwar e porta-voz
- 29/12/2025
Numa mensagem em vídeo na rede Telegram, as Brigadas Ezzedine al-Qassam declararam que "o grande líder" Mohamed Sinwar, também conhecido por Abu Ibrahim, e Abu Obeida foram mortos em ataques israelitas durante a ofensiva militar no enclave palestiniano.
Em maio, as autoridades israelitas reivindicaram que tinham eliminado Mohammed Sinwar e, três meses mais tarde, fizeram o mesmo em relação a Abu Obeida, sem que o Hamas confirmasse oficialmente as mortes até agora.
A imprensa israelita relatou na altura que um ataque militar, realizado em 13 de maio em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, teve como alvo Mohammed Sinwar, considerado então o líder do Hamas.
O dirigente paletiniano era irmão de Yahya Sinwar, antigo líder do grupo islamita e apontado como o cérebro dos ataques das milícias palestinianas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023, os quais desencadearam o conflito na Faixa de Gaza.
Yahya Sinwar foi igualmente abatido pelas forças israelitas em outubro de 2024.
O novo porta-voz das Brigadas al-Qassam, que surgiu mascarado e com o mesmo nome militar do antecessor, elogiou Mohammed Sinwar, afirmando que a sua liderança do braço militar do Hamas ocorreu num "durante um período muito difícil, sucedendo ao grande mártir da nação, Mohammed Deif", um dos homens mais procurados por Israel e cuja morte foi confirmada em janeiro.
As Brigadas al-Qassam prestaram também homenagem a Hudaifa Samir Abdullah al-Kahlut, mais conhecido pelo nome de guerra, Abu Obeida.
"Passou décadas a provocar inimigos e a alegrar os corações dos crentes, encontrando-se com Deus nas melhores circunstâncias", destacou a declaração no Telegram.
As Brigadas al-Qassam confirmaram também as mortes de Muhammad Shabana, também conhecido como Abu Anas, comandante da Brigada Rafah, que morreu juntamente com Mohammed Sinwar, bem como a de Hakam al-Isa, ou Abu Omar, que "levou a fé na 'jihad' na Palestina, Líbano, Síria e outros países", e a de Raed Saad, ou Abu Muad, comandante da divisão de fabrico de material militar e antigo chefe de operações.
A ala militar do Hamas reiterou que os ataques de 07 de outubro de 2023 "foram uma explosão retumbante contra a injustiça, a opressão, o cerco e todas as formas de agressão contra a Mesquita de Al-Aqsa [situada em Jerusalém e que é o terceiro lugar mais sagrado do Islão] e o povo palestiniano"
Estes atos, prosseguiu, "cruzaram todas as linhas vermelhas, ignoraram todas as exigências e avisos e desconsideraram todos os acordos", a que o 07 de Outubro se destinou alegadamente a corrigir.
"A inundação [referindo-se aos ataques em Israel] veio corrigir o rumo e trazer a causa [palestiniana], que começara a cair no esquecimento, de volta à tona", observou o novo porta-voz dos combatentes islamitas.
Ao mesmo tempo, defendeu, "despertou a consciência dos povos livres da nação e do mundo e expôs o sadismo, a criminalidade e o genocídio da ocupação nazi, tornando-a fugitiva à justiça", aludindo aos processos contra Israel e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, nos tribunais da ONU.
"O nosso grande povo, através de firmeza e sacrifícios, frustrou todos os planos do inimigo, desde deslocações forçadas e campos de concentração a armadilhas mortais e ao estabelecimento de colonatos", sustentou o novo porta-voz.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderado pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 70 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo grupo islamita, um desastre humanitário, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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