"Isto não é o Bangladesh". Após cartaz de Ventura, embaixada pede "calma"
- 27/10/2025
"Isto não é o Bangladesh". O (polémico) cartaz onde uma fotografia de André Ventura, líder do Chega, surge junto a esta frase foi publicado nas redes sociais do próprio no passado sábado, dia 25 de outubro. Desde então, o 'outdoor' - que foi criado no âmbito das eleições presidenciais de janeiro do próximo ano - tem feito 'correr muita tinta'.
No fim de semana chegou o anúncio: "Já estão na rua. No dia 18 de janeiro é para abanar este país. Sem medo!", escreveu Ventura na legenda da publicação onde 'deu a conhecer' o cartaz, no X.
Uma das personalidades políticas a reagir foi Isabel Moreira. Também no X, a deputada socialista mencionou que "não reproduz os cartazes/crimes", mas considerou: "Quem desenvolver 'atividades de propaganda que incitem ou encorajem à discriminação contra grupo de pessoas em razão da sua origem étnico-racial, origem nacional ou nacionalidade', comete um crime de ódio (artigo 240 do CP)".
E deixou uma questão: "O MP [Ministério Público] ainda não viu?"
Não reproduzo os cartazes/crimes . Quem desenvolver “atividades de propaganda que incitem ou encorajem à discrim. contra grupo de pessoas em razão da sua origem étnico-racial, origem nacional ou nacionalidade”, comete um crime de ódio ( artigo 240 do CP). O MP ainda não viu ?
— Isabel Moreira (@IsabelLMMoreira) October 26, 2025
Posteriormente, a embaixada do Bangladesh colocou um 'post' nas redes sociais, nomeadamente no Facebook, onde apela à "calma". Em referência ao 'outdoor' de Ventura, assinalou que "está a pedir a todos os expatriados [do] Bangladesh que mantenham sempre a calma".
E vincou ainda que "as autoridades apropriadas estão a ser contactadas pela embaixada sobre este assunto".
Quem também partilhou o cartaz em questão, no passado domingo, foi Pedro Frazão, vice-presidente do Chega, reforçando a mensagem do partido: "No dia 18 de janeiro vamos abanar este País. Sem medo. Isto não é o Bangladesh!", apontou, acrescentando que "Portugal é uma Nação livre, soberana e orgulhosa da sua História".
"Chega de governos e presidentes que tratam os portugueses como parvos é nos metem sempre em segundo lugar! Chega de humilhação", referiu ainda o deputado.
🇵🇹 No dia 18 de Janeiro vamos abanar este País.
— Pedro dos Santos Frazão (@Pedro_Frazao_) October 26, 2025
Sem medo. Isto não é o Bangladesh! Portugal é uma Nação livre, soberana e orgulhosa da sua História.
Chega de governos e presidentes que tratam os portugueses como parvos é nos metem sempre em segundo lugar!
Chega de humilhação… pic.twitter.com/vKxBHgCGRc
Já durante a tarde desta segunda-feira, André Ventura voltou a assinalar o tema na sua conta pessoal no X, questionando os 'críticos'. "Qual é o problema de dizer que Portugal não é o Bangladesh? Querem que seja? Gostariam de viver num país assim? Se é isso que querem é só apanhar o avião e não voltar. Nós não vamos deixar Portugal apodrecer!", advogou.
Qual é o problema de dizer que Portugal não é o Bangladesh? Querem que seja? Gostariam de viver num país assim? Se é isso que querem é so apanhar o ️ e não voltar. Nós não vamos deixar Portugal apodrecer!
— André Ventura (@AndreCVentura) October 27, 2025
A par deste 'outdoor', é de salientar que André Ventura surge num outro - também alusivo às próximas eleições presidenciais - onde pode ler-se: "Os ciganos têm de cumprir a lei".
🇵🇹 No dia 18 de Janeiro vamos abanar este País
— Pedro dos Santos Frazão (@Pedro_Frazao_) October 26, 2025
Sem medo! Os ciganos têm de cumprir a lei!! Como todos os portugueses! Sem excepções! Chega de privilégios pagos pelos que trabalham!
O Povo vai falar alto e claro!
E quando o Povo acorda, nada o pára! #CHEGA #18DeJaneiro… pic.twitter.com/xbl4440dii
Recorde-se que Portugal vai escolher o sucessor de Marcelo Rebelo de Sousa dentro de aproximadamente três meses, em janeiro de 2026. Para já, entre os nomes mais 'sonantes' na corrida a Belém estão: Luís Marques Mendes, António José Seguro, André Ventura, Henrique Gouveia e Melo, João Cotrim de Figueiredo, António Filipe, Catarina Martins e Jorge Pinto.
Leia Também: Ventura e os "3 Salazares". "Este homem não respeita nada, nem ninguém"








