Kerstin morreu em cume nos Alpes. Com -20ºC, namorado alpinista deixou-a
- 07/12/2025
Um homem de 39 anos foi acusado de homicídio por negligência na quinta-feira, depois de a namorada ter morrido, sozinha, numa montanha que escalaram juntos na Áustria em janeiro. Segundo o Ministério Público, a mulher foi deixada "desprotegida, esgotada e em estado grave de hipotermia" a 50 metros do cume da montanha de Grossglockner, nos Alpes. Este está a 3.797 metros de altitude e é o ponto mais alto da Áustria.
Segundo é explicado pelo Ministério Público de Innsbruck, tudo aconteceu a 19 de janeiro, em pleno inverno. A vítima, agora identificada como Kerstin Gutner, não era uma alpinista experiente - ao contrário desta mulher de 33 anos, o seu namorado, Thomas Plamberger, que arrisca uma pena de até três anos de prisão, era.
A justiça austríaca explica que os dois queriam chegar ao cume da montanha, mas ter-se-ão perdido pouco antes das 21 horas. Terão enfrentando temperaturas na ordem dos -20ºC, e não foi feito o uso correto do equipamento.
O primeiro contacto com as autoridades terá já acontecido durante a madrugada, quatro horas após começarem a perder-se. Não é detalhada a razão da demora, mas o Ministério Público dá conta de que a primeira chamada para as autoridades foi feita à 1h35.
A justiça refere também que mesmo dez minutos antes das 23h o casal avistou um helicóptero, mas não acionou socorro nem solicitou qualquer pedido de ajuda.
De acordo com a imprensa internacional, a investigação permitiu perceber que logo após a chamada o homem colocou o telemóvel no modo silencioso. Cerca de meia-hora depois, desceu sozinho da montanha, deixando a namorada desprotegida - a investigação aponta que havia cobertores térmicos disponíveis, mas que não foram utilizados.
Uma câmara instalada na trilha que estes seguiam antes de, alegadamente, se perderem captou Plamberger a descer a montanha por volta das 2h30. Uma hora depois, o alpinista experiente voltava a ligar para as autoridades. Outras imagens de videvigilância também captaram o acampamento improvisado onde, posteriormente, foi encontrado o corpo de Kerstin Gutner.
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