Mais de 50 museus de todo o mundo solidarizam-se com diretora do Louvre
- 27/10/2025
"Os museus não são bastiões nem cofres-fortes. Embora criem um ambiente seguro para a arte e para o público, a sua razão de ser reside na abertura e acessibilidade. Neste momento difícil e nesta prova para o Louvre, expressamos o nosso mais sincero apoio aos nossos colegas, bem como à sua presidente e diretora, Laurence des Cars, cujo liderança e dedicação à missão do museu, em particular como espaço de união em sociedades tão fraturadas, são profundamente respeitadas e admiradas", refere uma carta conjunta publicada pelo jornal francês Le Monde.
Entre os signatários figuram o brasileiro Adriano Pedrosa, diretor do Museu de Arte de São Paulo, Miguel Falomir, diretor do Museu do Prado, Pepe Serra, do Museu Nacional de Arte da Catalunha, Maria Balshaw, da Tate (Londres), Taco Dibbits, do Rijksmuseum (Amesterdão), Claire Bernardi, do Museu Nacional da Orangerie (Paris), Francesca Cappelletti, diretora-geral da Galeria Borghese (Roma), Christophe Cherix, do Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova Iorque, Nicholas Cullinan, do Museu Britânico (Londres) e Cécile Debray, presidente do Museu Nacional Picasso-Paris.
Os responsáveis do Museu Nacional de Antropologia do México e do Centro Pompidou, em Paris, subscreveram igualmente a missiva, na qual recordam que "com este roubo não se ataca apenas o Louvre, mas os próprios museus na sua missão mais fundamental: partilhar com o maior número possível de pessoas o património comum da humanidade".
"Continuaremos a cumprir essa missão juntos, com entusiasmo e determinação, ao lado do Museu do Louvre", acrescenta a carta.
A mensagem foi publicada um dia depois de as autoridades francesas terem detido dois homens suspeitos de integrar o grupo de quatro pessoas que, na manhã de 19 de outubro, assaltou o museu mais visitado do mundo, roubando várias peças da coleção de joias da coroa, avaliadas em cerca de 88 milhões de euros, embora o seu valor patrimonial seja incalculável.
As joias - da época imperial de Napoleão Bonaparte - foram retiradas, numa operação de poucos minutos, da Galeria Apolo do Louvre, à qual os autores acederam a partir do exterior, partindo uma janela. A coroa imperial foi encontrada no exterior do Louvre, embora danificada.
Na carta, os responsáveis associam o roubo à "brutalidade" do mundo atual e alertam que as suas instituições enfrentam atos "cada vez mais violentos" contra o património cultural.
"O que aconteceu no Louvre é um dos maiores receios dos profissionais de museus. Alguns de nós já o vivemos. Esses riscos pesam sobre cada uma das nossas instituições. Pesam sobre cada obra, desde que é exposta", lê-se ainda no texto.
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