México atribui "grande maioria" dos desaparecimentos ao crime organizado

  • 27/10/2025

Claudia Sheinbaum negou que a maioria dos desaparecimentos no país seja uma "prática generalizada e sistemática" por parte do Estado, tal como afirmou na semana passada o Comité contra o Desaparecimento Forçado da ONU (CED).

 

"Infelizmente, os desaparecimentos que ocorrem no México estão ligados ao crime organizado na grande maioria dos casos. Não se trata de violência do Estado, como foi nos anos 1960, 1970 e até mesmo em parte dos anos 1980", afirmou a Presidente mexicana numa conferência de imprensa.

As declarações de Sheinbaum foram feitas depois de, na semana passada, o CED ter ativado um procedimento ao abrigo do artigo 34 da Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra Desaparecimentos Forçados para analisar se os desaparecimentos no México são generalizados ou sistemáticos.

A governante mexicana afirmou que a situação atual é "muito diferente dos desaparecimentos por motivos políticos" ocorridos no país nas décadas passadas.

"Não foram julgados de acordo com a lei, mas houve desaparecimentos forçados por motivos políticos", explicou.

Além disso, ressaltou que tal "é muito diferente" do que ocorre atualmente no México, pois agora não é o Estado o responsável pelos desaparecimentos.

"É claro que é preciso atender a isso e, por isso, fizemos as modificações nas leis e estamos a trabalhar nessa questão, mas é diferente e é isso que queremos deixar claro nesses documentos das Nações Unidas», acrescentou.

A Presidente mexicana indicou que o Governo mantém um diálogo aberto com os organismos internacionais e que tem insistido para que a ONU reconheça a diferença entre os desaparecimentos forçados do passado e dos atuais.

"Isso foi manifestado várias vezes e continuamos a trabalhar com eles para que seja reconhecido dessa forma", afirmou.

O México acumula mais de 133.000 denúncias de desaparecimentos, com um aumento de mais de 5.000 casos no último trimestre, de acordo com dados do Registo Nacional de Pessoas Desaparecidas e Não Localizadas (RNPDNO) mexicano, que contabiliza os desaparecimentos desde a década de 1950.

Após as palavras de Sheinbaum, a Procuradoria Geral de Durango (norte) confirmou o homicídio do jornalista Miguel Ángel Beltrán Martínez, que havia denunciado as atividades do crime organizado na região, em plena onda de violência no país.

O corpo de Beltrán Martínez, de 60 anos, foi encontrado sem vida com sinais de violência e uma mensagem ameaçadora na estrada que liga o estado de Durango ao vizinho de Sinaloa, no oeste, noticiou a imprensa local.

O filho identificou o corpo no domingo, quando o pai foi transferido para as instalações do médico legista.

Atualmente, Beltrán tinha um perfil na rede social TikTok, no qual divulgava informações sobre o estado de Durango sob o nome de "Capo". O jornalista tinha sido colaborador de meios de comunicação como Contexto de Durango e La Voz de Durango, e também trabalhou como repórter policial e cronista desportivo.

Em 2025, sete jornalistas foram assassinados no México, de acordo com a organização de defesa da liberdade de expressão e do direito à informação, Artículo 19.

Desde o início do século, a organização contabilizou 174 assassínios e 31 desaparecimentos de jornalistas no país.

Leia Também: Norris vence GP do México e 'rouba' liderança do campeonato a Piastri

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2877914/mexico-atribui-grande-maioria-dos-desaparecimentos-ao-crime-organizado#utm_source=rss-ultima-hora&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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