Presidente do Azerbaijão acusa França de favorecer uma guerra no Cáucaso
- 21/11/2023
Numa mensagem escrita para uma conferência internacional que se realiza em Baku, capital do Azerbaijão, Aliev afirmou que a França está a desestabilizar a região ao armar a Arménia e a "preparar o terreno para uma nova guerra".
Os dois países mantêm relações muito conflituosas e as tensões estão em alta desde a reconquista pelo Azerbaijão em setembro da região de Nagorno-Karabakh, um território separatista que os azeris e os arménios disputam há mais de três décadas.
Antes disso, os dois países já tinham entrado em confronto em duas guerras pelo controlo deste enclave, uma entre 1988 e 1994 e outra no outono de 2020.
A França tem estado envolvida na mediação entre estas duas antigas repúblicas soviéticas nos últimos meses e também demonstrou o seu apoio inabalável à Arménia.
Os arménios temem que a reconquista de Nagorno-Karabakh tenha encorajado o Azerbaijão, país mais rico e mais bem armado, a violar a sua integridade territorial.
Paris, por exemplo, anunciou que deu o seu acordo à entrega de equipamento militar à Arménia, que pretende se proteger melhor. Esta posição francesa provocou duras críticas por parte de Ilham Aliev.
A Arménia país acusou recentemente o Azerbaijão de ter liderado uma campanha de manipulação de informação destinada a prejudicar a reputação de França na sua capacidade de acolher os Jogos Olímpicos de 2024.
Desde a última ofensiva vitoriosa de Baku, quase toda a população arménia de Nargono-Karabakh, mais de 100.000 pessoas das 120.000 registadas, fugiu para a Arménia.
As conversações de paz entre os dois países foram iniciadas várias vezes, mas registaram poucos progressos nos últimos tempos.
Na semana passada, o Azerbaijão recusou-se a participar nas negociações planeadas para novembro nos Estados Unidos com a Arménia, citando a posição "parcial" de Washington.
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